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A aplicação da tecnologia na saúde não se restringe a diagnósticos precisos, tratamentos avançados e prevenção eficaz. O setor hospitalar não se furta de digitalizar também suas rotinas, proporcionando o gerenciamento das instituições com segurança e agilidade no atendimento ao público. Presente desde a primeira edição do CERTFORUM, o tema esteve na programação do evento, mais uma vez, em 2019.
“Os hospitais estão entre as organizações humanas mais complexas que existem, devido a seus inúmeros setores, nos quais são continuamente geradas informações de forma dinâmica que precisam ter a devida segurança”, analisou o presidente do Instituto Edumed, Renato Sabbatini.
Atualmente, entre 40 a 50% dos hospitais criam, armazenam, e transmitem os dados a respeito dos pacientes de forma inteiramente eletrônica com interoperabilidade e segurança nos processos. Lançado em 2007, o prontuário eletrônico do paciente – PEP, documento assinado digitalmente com certificado digital ICP-Brasil, é um exemplo.
O desafio, no entanto, se apresenta no legado de prontuários em papel armazenados nos hospitais. De acordo com a legislação do setor, o documento médico deve ser guardado por 20 anos após o último registro do paciente no hospital.
Para Sabbatini, é preciso que os documentos anteriormente existentes em meio físico sejam digitalizados, preferencialmente, em um sistema único para proporcionar a troca de informações, integrando os dois sistemas.
É neste contexto que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH desenvolveu o aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários, que está em fase de implantação.
Essa tecnologia irá digitalizar documentos, prontuários e receituários médicos de forma a garantir o acesso seguro online nos 40 hospitais universitários federais sob a gestão da rede EBSERH.
“O uso do certificado digital nesse processo será imprescindível. A percepção da tecnologia da informação no âmbito dos hospitais deve ser desconstruída para mostrar a capacitada de se entregar muito mais valor para a saúde digital”, defendeu o chefe de Serviços Orientados a Soluções da empresa, Gustavo Sousa Matias.
Certificado de atributo
Além de proporcionar uma gestão mais eficiente dos processos em hospitais, a aplicação da certificação digital garante a identificação do profissional de saúde neste ambiente virtual. É o caso do Conselho Federal de Medicina – CFM desenvolveu a carteira de identificação profissional em formato digital.
“Uma das missões institucionais do Conselho é a de declarar as qualificações de quem é o médico, o especialista e quem está apto para exercer a medicina. Nossa primeira e principal identificação é a de informar os dados relacionados ao médico a partir da emissão de um certificado de atributo”, explicou o coordenador de Tecnologia da Informação do CFM, Goethe Ramos.
São cerca de 90 mil médicos identificados pelos critérios de segurança ICP-Brasil, o que inclui a coleta de dados biográficos (foto e biometria digital). Segundo Ramos, os próximos atributos a serem abarcados na cédula de identidade médica serão os de especialidade do profissional, regularidade de empresas médicas, médicos fiscais, dentre outros que são de responsabilidade do Conselho.
Fonte: ITI.
Fonte da Imagem: FreePik.